O feijão-caupi é um dos componentes da dieta alimentar dos brasileiros, principalmente das regiões Norte e Nordeste. Perdas econômicas podem ocorrer com a competição entre a cultura e as plantas daninhas, necessitando estratégias de manejo, entre elas, o uso de herbicidas. Todavia, a melhor compreensão dos impactos dos herbicidas sobre as respostas fisiológicas da cultura contribui para o desenvolvimento de práticas mais adequadas de manejo. Objetivou-se neste trabalho, avaliar respostas fisiológicas do feijão-caupi (BRS Guariba) e sua tolerância a herbicidas pós-emergentes, em quatro experimentos conduzidos, dois em em sistema de plantio direto (SPD) e dois no sistema convencional, na UFRRJ (Seropédica, RJ), entre os anos de 2017 a 2019. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições em parcelas de 10 m2. Os tratamentos constaram dos herbicidas aplicados aos 21 dias após semeadura (DAS): fluazifop-p-butil (187,5 g ha-1) e as misturas de herbicidas fluazifop-p-butil + fomesafen, variando em três doses de fomesafen (187,5 + 125 g ha-1, 187,5 + 250 g ha-1, e 187,5 + 375 g ha-1) e dois controles sem aplicação de herbicidas (com capina manual e sem capina). Foram avaliados o desenvolvimento e crescimento da cultura pela análise de crescimento, obtendo a área foliar, índice de área foliar (IAF), taxa de crescimento da cultura (TCC) e taxa de assimilação liquida (TAL). Avaliou-se também o conteúdo de proteínas solúveis foliares (CPSF) e o rendimento quântico máximo do fotossistema II (Fv/Fm), antes da aplicação dos herbicidas e nos dias subsequentes após aplicação. O controle de plantas daninhas pelos herbicidas e a fitotoxicidade a cultura foi quantificada visualmente. Por ocasião da colheita, avaliou-se os efeitos dos tratamentos nos componentes de produção. Os tratamentos contendo fomesafen demonstraram elevada fitotoxicidade ao feijão-caupi em ambos sistemas de cultivo, reduzindo a área foliar e o acumulo de massa da cultura, sobretudo nas primeiras semanas após a aplicação. O crescimento e desenvolvimento também foi afetado com atraso no florescimento da cultura. Apesar de severa desfolha em tratamentos com fomesafen houve rebrota e surgimento de novas folhas, porem com o potencial fotossintético total da planta reduzido pela desfolha, assim como o CPSF. A produtividade foi reduzida nos tratamentos com fomesafen independente do sistema de cultivo. A aplicação de fomesafen associado ao fluazifop-p-butil apresentou bom controle das plantas daninhas em SPD. As espécies de plantas daninhas infestante em ambos os sistemas foram bastante semelhantes, contudo, divergindo quanto a densidade de ciperáceas sendo esta muito superior no cultivo convencional, e atribuindo a esta espécie o menor controle pelos herbicidas em cultivo convencional. O fluazifop demonstrou ser seletivo a cultura, não interferindo no crescimento e desenvolvimento das plantas. A ausência de controle de plantas daninhas reduz severamente o crescimento e produtividade por área.